O Serviço de Neurologia da Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga realizou esta sexta-feira um Workshop sobre Cefaleias, marcando uma década da Consulta de Cefaleias na instituição. Em 2024, foram já realizadas cerca de 100 primeiras consultas.
O encontro teve como objetivo capacitar médicos de Medicina Geral e Familiar e da Urgência no diagnóstico e tratamento das cefaleias, uma condição que afeta significativamente a qualidade de vida dos doentes.
Alta prevalência e impacto severo
Na população atendida pela ULS Braga, estima-se que a prevalência de cefaleia tipo tensão atinja cerca de 80% ao longo da vida, enquanto a enxaqueca afeta aproximadamente 20%. Estas condições frequentemente comprometem atividades laborais, sociais e familiares, sendo a enxaqueca a segunda maior causa global de anos vividos com incapacidade. O ciclo de dores crónicas, muitas vezes agravado pelo uso excessivo de analgésicos, destaca a necessidade de maior acompanhamento pelos profissionais de saúde.
Avanços no diagnóstico e tratamentos inovadores
O diagnóstico diferencial das cefaleias é feito por meio de entrevistas detalhadas com os doentes, complementadas, quando necessário, por exames de imagem, como TC ou ressonância magnética. No Hospital de Braga, os tratamentos incluem desde terapias farmacológicas clássicas até procedimentos avançados, como aplicação de toxina botulínica e anticorpos monoclonais. Protocolos inovadores colocam a unidade ao nível das melhores práticas europeias, oferecendo esperança mesmo aos casos refratários.
Literacia e prevenção como pilares de mudança
Hábitos de vida saudáveis desempenham um papel crucial na redução da incidência das cefaleias. Medidas como manter um padrão regular de sono, evitar jejum prolongado, moderar o consumo de café e realizar exercício físico podem aumentar a resistência à dor. Essa abordagem complementar fortalece o tratamento farmacológico e contribui para a gestão integrada da condição.
Desafios e futuro no combate às cefaleias
Os principais desafios incluem a formação de profissionais dos cuidados de saúde primários para diagnosticar precocemente as cefaleias e evitar complicações, como o consumo excessivo de analgésicos. Além disso, avanços na pesquisa trazem esperança, com novos fármacos previstos para 2025, que poderão revolucionar o tratamento dos casos mais complexos.
Participação multidisciplinar
O workshop contou com a expertise de médicos neurologistas do Hospital de Dia Médico, consolidando o compromisso da ULS Braga com a formação contínua e a excelência nos cuidados aos seus utentes